Após aprovação de Lei, especialista alerta para ausência de centros especializados para tratamento da fibromialgia no SUS

A recente aprovação da Lei que reconhece a fibromialgia como uma condição de deficiência severa gerou uma onda de debates no cenário da saúde pública no Brasil. Este marco legal, sancionado pelo Governo Federal, é uma conquista significativa para os milhões de brasileiros afetados pela doença, mas também destaca um problema crítico: a falta de centros especializados para o tratamento da fibromialgia no Sistema Único de Saúde (SUS). A reumatologista Emanuela Pimenta, especialista no assunto, compartilhou suas preocupações sobre essa realidade em uma entrevista ao Podcast Saúde360.

Após aprovação de Lei, especialista alerta para ausência de centros especializados para tratar fibromialgia no SUS

A fibromialgia é uma condição complexa que afeta a maneira como o corpo percebe a dor. De acordo com Emanuela Pimenta, o SUS ainda não possui uma infraestrutura adequada para atender os pacientes diagnosticados com essa síndrome. A falta de ambulatórios e profissionais qualificados agrava a situação, tornando o tratamento muitas vezes menos eficaz do que deveria ser.

Pimenta enfatiza que o sistema possui uma deficiência crítica em termos de médicos e equipamentos hospitalares. Isso se traduz em milhares de pacientes que não conseguem receber o atendimento especializado que tanto necessitam. Ela afirma que não existem ambulatórios específicos para a fibromialgia, um ponto vital para o tratamento dessa condição.

“O grande problema é que não temos um lugar onde o paciente possa ser diagnósticado e tratado adequadamente. Isso impacta diretamente na qualidade de vida dessas pessoas”, explica.

A necessidade de profissionais qualificados e infraestrutura adequada

O déficit de médicos e profissionais de saúde capacitados para lidar com a fibromialgia é alarmante. A reumatologista observa que o público que recebe esse diagnóstico não se limita a um único especialista e frequentemente é encaminhado para diversas especialidades, como dor crônica ou psiquiatria. No entanto, isso muitas vezes resulta em um tratamento fragmentado e ineficaz.

“Os pacientes acabam se acostumando com a dor, porque não encontram o atendimento necessário. A dor se torna uma sombra em suas vidas”, enfatiza Pimenta, sugerindo que a criação de centros especializados poderia mudar essa narrativa.

A dor invisível e seu impacto na vida dos pacientes

A fibromialgia é muitas vezes chamada de “doença invisível” porque seus sintomas não são facilmente identificáveis por exames laboratoriais. Isso faz com que muitos pacientes enfrentem não apenas o sofrimento físico, mas também o estigma social.

A reumatologista alerta que muitos desses indivíduos frequentemente se sentem perdidos e mal compreendidos, lidando não apenas com uma condição crônica, mas também com a necessidade de justificar sua dor a amigos, familiares e até a profissionais de saúde.

O sentimento de invisibilidade é amplificado pela falta de estrutura. “Quando os pacientes percebem que não há um especialista para atendê-los, muitos desistem de buscar ajuda”, afirma.

Como a nova Lei pode impactar o atendimento aos portadores de fibromialgia?

Com a recente sanção da nova Lei, espera-se que o aumento da visibilidade da fibromialgia leve à criação de estruturas de atendimento mais eficazes. A reumatologista Emanuela Pimenta se mostra esperançosa de que essa mudança possa galvanizar o sistema de saúde, atraindo mais médicos para a área e incentivando o desenvolvimento de centros especializados.

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“Ainda há um longo caminho a percorrer, mas esta Lei pode servir como um ponto de partida para que os pacientes finalmente recebam a atenção que merecem”, diz Pimenta.

Benefícios esperados com a implementação da Lei

O reconhecimento da fibromialgia como uma deficiência pode trazer uma série de benefícios. Além de aumentar a conscientização sobre a condição, a nova legislação pode ajudar a melhorar o acesso a tratamentos e terapias que podem fazer toda a diferença na vida dos pacientes.

Esses benefícios podem incluir acesso à terapias multidisciplinares, que envolvem não apenas reumatologistas mas também fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de saúde que podem trabalhar juntos para oferecer um tratamento mais abrangente e eficaz.

FAQ – Perguntas Frequentes

Quais são os principais sintomas da fibromialgia?
Os sintomas da fibromialgia incluem dor muscular generalizada, fadiga, problemas de sono, dificuldade de concentração e dor de cabeça.

A fibromialgia tem cura?
Atualmente, não existe cura definitiva para a fibromialgia, mas os tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas.

Qual é o papel do SUS no tratamento da fibromialgia?
O SUS deve garantir acesso a médicos e tratamentos, porém, atualmente, enfrenta desafios significativos, como a escassez de profissionais especializados.

Como a fibromialgia é diagnosticada?
O diagnóstico é clínico e envolve a avaliação dos sintomas e histórico médico, pois não existem exames laboratoriais específicos para a condição.

Qual a importância de um tratamento multidisciplinar?
A abordagem multidisciplinar permite um tratamento mais completo, envolvendo diversos especialistas que podem trabalhar juntos para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Que medidas podem ser tomadas para aumentar a conscientização sobre a fibromialgia?
Campanhas de conscientização, treinamentos para profissionais de saúde e legislaturas como a recente aprovação da Lei são fundamentais para aumentar a visibilidade da fibromialgia.

Considerações Finais

A aprovação da Lei que reconhece a fibromialgia como uma deficiência severa é um passo necessário, mas a verdadeira mudança depende da implementação de centros especializados no SUS. A conscientização sobre a doença e a criação de estruturas adequadas são vitais para garantir que os pacientes recebam a atenção e o tratamento de que necessitam. Com um olhar otimista, a esperança é que esses novos desenvolvimentos inspirem uma transformação significativa na experiência dos portadores de fibromialgia, levando à melhora da qualidade de vida.

Para mais informações sobre tratamento e suporte, recomenda-se consultar fontes confiáveis e estar sempre atento às atualizações na legislação e na área da saúde.