Homens sofrem com incontinência após câncer de próstata

Homens sofrem com incontinência após câncer de próstata – 14/10/2025 – Equilíbrio e Saúde

A incontinência urinária é um problema que pode afetar profundamente a qualidade de vida de muitos homens, especialmente aqueles que passaram por tratamentos de câncer de próstata. Estatísticas mostram que o câncer de próstata é o segundo tumor mais comum entre os homens, e embora haja avanços significativos no diagnóstico e tratamento, as consequências dos tratamentos podem ser desafiadoras. Neste artigo, vamos explorar as causas, consequências, opções de tratamento e como a sociedade pode apoiar aqueles que lidam com a incontinência urinária após o câncer de próstata.

Causas da incontinência urinária masculina pós-câncer de próstata

O tratamento do câncer de próstata, que envolve medicamentos, radioterapia ou cirurgia, pode afetar a musculatura do esfíncter urinário. Após a prostatectomia, um procedimento cirúrgico comum para remover a próstata, muitos homens enfrentam dificuldades no controle da urina. A razão é simples: a remoção de tecidos próximos à próstata pode danificar nervos e músculos que são fundamentais para a continência.

Segundo especialistas, a incontinência urinária pode se manifestar de várias formas. Alguns homens podem ter escapes leves ou eventuais, enquanto outros podem enfrentar uma incontinência urinária mais intensa. É estimado que entre 5% a 10% dos pacientes que passaram por tratamento para câncer de próstata permanecerão com incontinência significativa mesmo após um ano.

Além das intervenções cirúrgicas, a incontinência urinária também pode estar ligada a condições neurológicas, como a esclerose múltipla e o Alzheimer, complicando ainda mais a situação. Os tratamentos para vôo e a bexiga hiperativa são possíveis, mas não sempre eficazes quando o problema reside em condições relacionadas ao esfíncter urinário.

Desafios e impacto na qualidade de vida

A incontinência urinária não é apenas uma questão física; ela afeta o bem-estar emocional e social dos pacientes. Para muitos homens, a preocupação com episódios de incontinência resulta em ansiedade e constrangimento. Isso é ainda mais evidente em situações sociais, onde a solidão e o estigma são comuns.

Heleno Andrade de Lima, um exemplo de paciente, continua ativo aos 79 anos, mesmo enfrentando incontinência urinária após seu tratamento para câncer de próstata. Ele carrega fraldas e evita sair com a família e amigos, evidenciando como a condição pode limitar a vida social. O impacto psicológico da incontinência não deve ser subestimado, pois muitos homens se sentem menos confiantes e têm dificuldade em retomar suas vidas normais.

Tratamentos disponíveis e limites do SUS

Os pacientes que buscam tratamento para a incontinência urinária têm algumas opções disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o governo ofereça atendimento especializado, a abordagem é ainda limitada. A fisioterapia pélvica é frequentemente recomendada, assim como orientações sobre alterações nos hábitos de ingestão de líquidos. No entanto, o acesso a tratamentos cirúrgicos mais incisivos para a incontinência grave não está disponível no SUS.

Alexandre Fornari, coordenador do Departamento de Disfunções Miccionais da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), destaca que não existem tratamentos cirúrgicos curativos para incontinência grave que podem ser oferecidos atualmente pelo sistema público. Na maior parte dos casos, pacotes paliativos como absorventes e fraldas são os recursos disponíveis, mas estes podem causar irritações na pele e impactar a autoestima do paciente.

É importante também considerar as alternativas de manejo, que incluem medicamentos e injeções inibitórias que podem ser eficazes para certos tipos de incontinência, mas não em casos onde o esfíncter urinário é o principal responsável pela perda de controle. Este cenário levanta questões sérias sobre a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

Avanços e perspectivas futuras

Diante do panorama atual, o esforço em buscar inovações no tratamento da incontinência urinária masculina é crucial. A proposta de incorporação de tecnologias, como o esfíncter urinário artificial, é considerada um avanço significativo. Esse dispositivo tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de muitos homens que lidam com incontinência persistente.

Contudo, mesmo com o reconhecimento da importância dessa tecnologia, a incorporação do esfíncter artificial no SUS enfrenta barreiras, como evidenciado pelo parecer desfavorável da Conitec. O Ministério da Saúde está acolhendo contribuições da sociedade para reconsiderar essa decisão e avaliar a viabilidade de disponibilizar opções de tratamento.

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Além disso, o custo do esfíncter artificial, que pode girar em torno de R$ 80 mil a R$ 55 mil com o aumento da demanda, levanta preocupações sobre a acessibilidade. Investir em tecnologias e tratamentos mais eficazes não apenas beneficia os pacientes, mas também pode resultar em economia a longo prazo, evitando o custo contínuo de cuidados paliativos e tratamento de complicações secundárias.

Cuidados contínuos e apoio emocional

A abordagem da incontinência urinária deve ser holística, abordando não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais. Grupos de suporte podem oferecer um espaço seguro para que homens compartilhem experiências, troquem dicas e encontrem um senso de comunidade. As famílias e amigos desempenham um papel fundamental nesse processo, contribuindo para que os pacientes sintam-se mais apoiados.

A educação também é uma ferramenta importante: conscientizar a população sobre a incontinência urinária pode ajudar a remover estigmas e incentivar os homens a procurarem ajuda. O papel da mídia e de iniciativas como o projeto Saúde Pública, apoiado pela Umane, é vital para promover campanhas de sensibilização e direcionar os pacientes ao suporte que necessitam.

Homens sofrem com incontinência após câncer de próstata – 14/10/2025 – Equilíbrio e Saúde

O sofrimento que muitos homens enfrentam devido à incontinência urinária após o tratamento do câncer de próstata é um desafio que não deve ser ignorado. A combinação de tratamentos limitados, impacto na qualidade de vida e a necessidade urgente de inovações cria um cenário que requer atenção e ação por parte da sociedade.

A luta de Heleno Andrade de Lima serve como um lembrete da resiliência dos pacientes e da importância do suporte contínuo, tanto físico quanto emocional. Como comunidade, precisamos nos unir para garantir que todos os homens que enfrentam essa condição não sejam deixados à mercê de incertezas e estigmas.

Perguntas frequentes

Quais são as principais causas da incontinência urinária masculina após o câncer de próstata?
A incontinência urinária masculina pode ser causada por danos ao esfíncter urinário durante a cirurgia de prostatectomia, tratamentos de radioterapia ou por condições neurológicas.

Qual é a porcentagem de homens que permanece com incontinência após o tratamento do câncer de próstata?
Cerca de 5% a 10% dos homens que se submetem a tratamento para câncer de próstata continuarão a experimentar incontinência significativa.

Há tratamentos eficazes disponíveis no SUS para a incontinência urinária grave?
Atualmente, o SUSE disponibiliza apenas fisioterapia e orientações de comportamento. Não existem tratamentos cirúrgicos curativos disponíveis para incontinência grave.

Como a incontinência urinária afeta a qualidade de vida dos homens?
A incontinência pode causar desconforto físico e emocional, levando a isolamento social, ansiedade e diminuição da autoestima.

Quais são as opções de manejo para homens com incontinência urinária?
As opções incluem o uso de fraldas e absorventes, além de medicamentos ou injeções quando aplicáveis. Contudo, a eficácia varia dependendo do tipo de incontinência.

Quais são os próximos passos para a melhoria no tratamento da incontinência urinária masculina?
A incorporação de tecnologias inovadoras, como o esfíncter urinário artificial, é uma prioridade, além de campanhas de conscientização e suporte emocional para os pacientes.

Neste contexto, a conscientização, a educação e a luta por melhores tratamentos são essenciais para assegurar que todos os homens que lidam com a incontinência urinária após o câncer de próstata tenham acesso a cuidados e apoio dignos.