Santas Casas lideram atendimentos de alta complexidade no SUS

A data de 15 de agosto é uma ocasião especial no Brasil, em que celebramos o Dia Nacional das Santas Casas. Esta data não apenas reconhece o trabalho excepcional desses hospitais no cuidado da saúde, mas também destaca a importância deles no Sistema Único de Saúde (SUS). Em São Paulo, as Santas Casas exercem um papel vital, operando em um ambiente desafiador, mas sempre buscando oferecer atendimento de qualidade à população. Neste artigo, vamos explorar em profundidade como as Santas Casas lideram atendimentos de alta complexidade no SUS e a importância desse modelo de saúde.

Santas Casas lideram atendimentos de alta complexidade no SUS

As Santas Casas de Misericórdia, que são instituições filantrópicas, têm uma história rica e de profundas contribuições à saúde pública no Brasil. Com ênfase especial em São Paulo, é importante compreender como elas se destacam no atendimento de casos de alta complexidade, essencial para a saúde da população.

Essas instituições são responsáveis por uma quantidade significativa de atendimentos de alta complexidade, como cirurgias oncológicas e cardiovasculares. Somente em 2024, mais de 142 mil atendimentos oncológicos e quase 80 mil cardiovasculares foram realizados em hospitais filantrópicos. Esses números demonstram não apenas a capacidade das Santas Casas, mas também o seu compromisso em fornecer serviços cruciais que muitas vezes são inacessíveis em outras instituições.

O papel fundamental das Santas Casas no SUS

As Santas Casas não são apenas hospitais; elas representam um pilar do sistema de saúde no Brasil, especialmente para a população de São Paulo. Com 407 hospitais em funcionamento no estado, elas superam em número as unidades públicas e privadas, garantindo assim uma rede de atendimento que é vital para a saúde da comunidade. Um dos dados mais impressionantes é que, em 142 municípios paulistas, as Santas Casas são o único recurso disponível para atendimento médico. Isso enfatiza a importância dessas instituições no acesso à saúde em localidades onde outras opções não estão disponíveis.

Além disso, as Santas Casas mantêm mais de 133 mil leitos dedicados ao SUS, enquanto a rede privada conta com apenas 25 mil. Esses números evidenciam a magnitude do papel que essas instituições desempenham para aqueles que necessitam de cuidados médicos. Em um país que enfrenta uma alta demanda por serviços de saúde, a importância das Santas Casas se torna ainda mais evidente.

Desafios financeiros enfrentados pelas Santas Casas

Apesar de sua relevância, as Santas Casas enfrentam desafios financeiros severos. O subfinanciamento da saúde pública é o principal obstáculo que limita sua capacidade de assistir a população adequadamente. O presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti, enfatizou a luta constante dessas instituições para manter seus serviços.

Recentemente, o governo de São Paulo implementou a Tabela SUS Paulista, que tem como objetivo fornecer um suporte financeiro mais robusto para as Santas Casas e outras instituições filantrópicas. Em julho, os repasses atingiram cerca de R$ 6 bilhões, beneficiando 800 instituições e proporcionando, em média, até cinco vezes mais do que a tabela nacional. Essa ação é um passo positivo, pois permite que as Santas Casas recuperem algum fôlego financeiro e, consequentemente, assegurem a continuidade do atendimento à população.

Os reajustes da Tabela SUS Paulista são baseados em uma análise comparativa dos preços praticados pelo Ministério da Saúde e pelo mercado. Por exemplo, o valor para um parto normal subiu de R$ 443,40 na tabela nacional para R$ 2.217 na tabela estadual, um aumento de 400%. Este tipo de adequação é crucial para garantir que os custos reais associados ao atendimento sejam reconhecidos e compensados adequadamente, proporcionando um suporte necessário às Santas Casas.

Impacto das Santas Casas na saúde pública

A presença das Santas Casas no cenário da saúde pública é inegavelmente significativa. Elas oferecem serviços que vão desde atendimentos básicos a procedimentos de alta complexidade. Além disso, a atuação dessas instituições é uma demonstração clara do potencial que as organizações filantrópicas têm em aprimorar e diversificar o acesso à saúde.

Esses hospitais têm a capacidade não apenas de atender à demanda crescente de serviços médicos, mas também de oferecer especializações que muitas vezes não estão disponíveis em outras instituições. Isso é especialmente importante em um país onde a desigualdade no acesso à saúde é um desafio constante. As Santas Casas são uma peça chave na busca por equidade no atendimento.

Além disso, a filantropia é um componente essencial dentro das Santas Casas. Muitas vezes, a combinação de doações, parcerias com o setor público e a gestão eficiente dos recursos disponíveis permite que esses hospitais mantenham seu funcionamento e continuem a prestar serviços de qualidade.

Santas Casas como exemplo de modelo

A Tabela SUS Paulista, que foi implementada pelo governador Tarcísio de Freitas e pelo secretário de Saúde do Estado, Eleuses Paiva, serve como um exemplo de como o financiamento adequado pode transformar a capacidade de atendimento das Santas Casas. A ideia é que esse modelo possa ser replicado em outras partes do país, promovendo uma política de financiamento que corrija distorções históricas e assegure recursos compatíveis à complexidade e aos custos reais da assistência.

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O que se espera é que essa política seja expandida de forma a garantir que todos os hospitais, principalmente os filantrópicos, tenham os recursos necessários para operar com eficiência. Isso é crucial para assegurar que os cidadães possam acessar os serviços de saúde de que precisam sem enfrentar barreiras financeiras.

Perguntas frequentes

Por que as Santas Casas são tão importantes no SUS?

As Santas Casas desempenham um papel vital no SUS ao oferecer atendimentos de alta complexidade e operar em muitos municípios onde não existe outra opção de atendimento, garantindo acesso à saúde à população.

Como é financiado o atendimento nas Santas Casas?

O financiamento das Santas Casas vem principalmente de repasses do SUS, doações privadas e parcerias com o governo. Recentemente, a Tabela SUS Paulista tem proporcionado melhorias nesse aspecto.

Quais tipos de atendimento as Santas Casas oferecem?

As Santas Casas oferecem uma ampla gama de serviços, incluindo consultas, exames, internações e procedimentos complexos, como cirurgias oncológicas e cardiovasculares.

Como as Santas Casas lidam com desafios financeiros?

Muitas Santas Casas enfrentam dificuldades financeiras devido ao subfinanciamento. No entanto, medidas como a Tabela SUS Paulista têm ajudado a melhorar essa situação, permitindo um melhor suporte financeiro.

Existem Santas Casas em todo o Brasil?

Sim, as Santas Casas estão presentes em diferentes estados, mas têm uma grande concentração em São Paulo, onde desempenham um papel essencial no sistema de saúde.

Como as Santas Casas garantem a qualidade do atendimento?

As Santas Casas investem continuamente na formação de profissionais, na atualização de suas tecnologias e na melhoria de processos, sempre buscando oferecer um atendimento de qualidade à população.

Conclusão

O papel das Santas Casas na saúde pública brasileira, especialmente no contexto do SUS, não pode ser subestimado. Elas lideram atendimentos de alta complexidade e oferecem serviços cruciais em várias localidades, enfrentando desafios financeiros com coragem e determinação. A implementação de políticas de financiamento adequadas, como a Tabela SUS Paulista, abre caminhos para um futuro mais promissor para essas instituições. É essencial que esses modelos sejam observados e replicados em todo o país, assegurando que as Santas Casas continuem a desempenhar seu papel fundamental no oferecimento de cuidados de saúde acessíveis e de qualidade. Com isso, elas não apenas mantêm a tradição filantrópica, mas também constroem um futuro mais saudável e igualitário para todos os brasileiros.