SUS lança triagem precoce para autismo em crianças p…

O cuidado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma questão de relevância crescente na saúde pública. Nos últimos anos, o Brasil tem se mobilizado para aprimorar a detecção e o acompanhamento de crianças com essa condição. Nesse contexto, o SUS lança triagem precoce para autismo em crianças a partir de 16 meses como uma medida inovadora e promissora. O Ministério da Saúde do Brasil anunciou a criação de uma nova linha de cuidado que implementa um teste para identificar sinais de autismo em crianças atendidas na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa é fundamental, uma vez que o diagnóstico precoce pode permitir intervenções relevantes que ajudam no desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas das crianças autistas.

O teste M-Chat, que será aplicado rotineiramente, já está disponível na Caderneta Digital da Criança. Com isso, os profissionais da saúde poderão começar a realizar intervenções desde os 16 meses, antes mesmo que um diagnóstico formal seja estabelecido. Esse olhar preventivo é uma mudança significativa na abordagem do TEA, já que a atuação precoce é reconhecida como um dos fatores mais determinantes para a autonomia e a interação social futura da criança. O Ministério da Saúde enfatiza que esse movimento de intervenção é crucial, já que estima-se que cerca de 1% da população brasileira conviva com o autismo, e a maioria deles pode ter deficiências adicionais que tornam a intervenção ainda mais necessária.

Ferramentas facilitam diagnóstico precoce

Um dos avanços significativos na detecção precoce do autismo é a tecnologia utilizada no teste M-Chat, que faz parte das rotinas de avaliação das crianças no SUS. Além disso, um novo dispositivo chamado EarliPoint™ promete revolucionar a forma como o autismo é identificado em bebês. Aprovado pela FDA para uso clínico, esse dispositivo utiliza rastreamento ocular de alta precisão para observar como os bebês interagem com estímulos visuais e sociais. Enquanto assistem a um vídeo curto, os olhos das crianças são analisados, registrando milhares de pontos focais a cada segundo. Isso permite um diagnóstico mais confiável e precoce, antes mesmo dos 18 meses.

A eficácia do diagnóstico precoce não pode ser subestimada. Com intervenções baseadas em evidências, os profissionais da saúde podem trabalhar junto com as famílias para estimular habilidades de comunicação, interação social e outras competências essenciais. Estudos demonstram que intervenções realizadas nos primeiros anos de vida podem melhorar significativamente o desenvolvimento cognitivo e adaptativo de crianças com sinais de transtornos do desenvolvimento.

A crescente capacidade de identificar o TEA em idades tão jovens é uma mudança positiva na vida das crianças e suas famílias. Depois de um diagnóstico, as opções de intervenção podem incluir terapias comportamentais, ocupacionais e de fonoaudiologia, que são fundamentais para ajudar na inclusão social e no desenvolvimento da autonomia.

A importância da intervenção precoce

A intervenção precoce é um dos pilares no cuidado de crianças com TEA. O Ministério da Saúde classifica essa fase como crucial, pois ela abrange a primeira infância, onde ocorre uma frenética plasticidade neuronal, ou seja, a capacidade do cérebro de formar novas conexões. Esse fenômeno oferece uma oportunidade valiosa para que intervenções sejam realizadas.

Quando uma criança é diagnosticada com TEA, os pais podem se sentir sobrecarregados e ansiosos. A incerteza sobre o futuro da criança gera muitas perguntas e preocupações. Pesquisas da Genial Care indicam que uma grande porcentagem de cuidadores expressa inquietações sobre o futuro, especialmente em relação à autonomia e à capacidade de inserção no mundo social e educacional. A chave para mitigar essas preocupações, no entanto, reside na intervenção precoce.

Intervenções que visam estimular habilidades sociais e comunicativas podem melhorar os resultados gerais de crianças afetadas pelo TEA. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders revelou que intervenções precoces podem resultar em melhorias de até 40% nos resultados cognitivos e adaptativos das crianças. Tais intervenções não apenas ajudam a criança a adquirir habilidades, mas também proporcionam um suporte emocional necessário para as famílias.

Nos serviços de saúde, é essencial que as famílias tenham acesso a profissionais qualificados que utilizem práticas baseadas em evidências. Isso garante que os cuidados oferecidos sejam eficazes e que as famílias sirvam como parceiras no processo de desenvolvimento dos seus filhos.

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A inadequação ou a ausência de intervenções pode levar a consequências adversas. Crianças sem o suporte adequado podem enfrentar dificuldades em áreas como educação, vida social e, futuramente, no mercado de trabalho. Este é um fator de grande preocupação tanto para os pais quanto para os educadores, uma vez que se reflete na qualidade de vida das crianças à medida que crescem.

Perguntas frequentes sobre a triagem precoce e o TEA

Quais são os sinais precoces de autismo em crianças? Algumas crianças podem apresentar dificuldades em interagir socialmente, responder a nomes, fazer contato visual ou demonstrar habilidades de comunicação adequada para a idade.

Como funciona o teste M-Chat? O teste M-Chat é um questionário utilizado para identificar comportamentos que possam indicar sinais de autismo em crianças de 16 a 30 meses.

O que deve ser feito após o diagnóstico de autismo? Após o diagnóstico, é recomendável procurar profissionais de saúde, como terapeutas ocupacionais ou fonoaudiólogos, que poderão iniciar intervenções adequadas.

Quais intervenções podem ser realizadas? Intervenções incluem terapia ocupacional, fonoaudiologia, terapia comportamental, e programas educacionais adaptados às necessidades da criança.

Quantas crianças no Brasil têm autismo? Estima-se que cerca de 1% da população brasileira tenha TEA, com muitos apresentando deficiências adicionais.

Como os pais podem ajudar seus filhos autistas? Os pais podem ajudar criando um ambiente seguro e estimulante, buscando informação e apoiando as intervenções necessárias desde cedo.

Considerações finais

A nova iniciativa do SUS em realizar triagens precoces para autismo em crianças é uma revolução no acompanhamento da saúde infantil. Ao possibilitar um diagnóstico e intervenções precoces, espera-se que mais crianças com TEA possam desenvolver habilidades essenciais para uma vida plena e inclusiva. O olhar voltado para a prevenção e a identificação precoce é um passo na direção certa, já que pode mudar a trajetória de vida das crianças e suas famílias.

Essa abordagem não apenas melhora as perspectivas de vida imediatas das crianças, mas também traz esperança e proporciona um futuro melhor. As famílias podem ter confiança de que, com o suporte adequado e intervenções eficazes, seus filhos têm a capacidade de prosperar e se integrar na sociedade. Portanto, a mobilização em torno da triagem precoce para o autismo representa um avanço não só em termos de saúde pública, mas também em termos de inclusão e qualidade de vida.