Falando sobre o recente debate na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) propôs uma iniciativa de extrema relevância: uma parceria entre o governo do Estado e a Associação Santa Cannabis, localizada em Itapoá. Essa sugestão visa o fornecimento de medicamentos à base de cannabis, especificamente canabidiol, para fins medicinais, com o objetivo de reduzir os custos que, atualmente, podem ser exorbitantes para muitos pacientes. O deputado, em sua fala, destacou a crescente demanda por esse tipo de medicamento, ressaltando a importância de facilitar o acesso, especialmente para aqueles que enfrentam condições de saúde que exigem tratamento adequado.
Padre Pedro propõe parceria com associação produtora para baratear canabidiol no SUS
A necessidade de uma colaboração entre o governo e a Associação Santa Cannabis surge da realidade financeira que muitos pacientes enfrentam. Como o próprio Padre Pedro apontou, o custo de 30 ml de um produto importado pode ultrapassar R$ 2 mil, um valor inviável para grande parte da população. Em contraste, a Associação Santa Cannabis cultiva o canabidiol de forma orgânica e regulada, proporcionando o produto por aproximadamente R$ 450. Essa diferença significativa representa uma oportunidade real de tratamento para milhares de pessoas que não têm recursos financeiros suficientes para arcar com os altos preços dos medicamentos importados.
A Santa Cannabis se destaca não apenas pela redução de custos, mas pela maneira responsável com que opera. A associação segue rigorosamente as normas estabelecidas pela Anvisa e utiliza tecnologia de ponta em seu processo de cultivo e produção. Isso não só garante a qualidade do produto, mas também assegura aos pacientes que estão recebendo um tratamento seguro e confiável.
A importância da cannabis medicinal
O uso da cannabis para fins medicinais tem se tornado cada vez mais reconhecido e aceito em várias partes do mundo. Sua eficácia em tratar doenças como epilepsia, dor crônica, ansiedade e outras condições está sendo cada vez mais documentada e validada por estudos científicos. O canabidiol, uma das várias substâncias encontradas na planta, não possui efeitos psicoativos, o que o torna uma opção atraente para tratamentos.
Estudos e evidências sugerem que a cannabis pode ser uma solução menos invasiva e mais eficaz do que muitos medicamentos tradicionais que frequentemente vêm acompanhados de efeitos colaterais severos. Assim, o papel de Padre Pedro e sua proposta de parceria com a Santa Cannabis se alinha com a crescente demanda da população por alternativas de tratamento mais acessíveis e eficazes.
A realidade do acesso aos medicamentos no Brasil
No Brasil, ainda existem muitos obstáculos para o acesso a medicamentos à base de cannabis. O deputado destacou que, apesar de haver uma demanda crescente, o sistema atual torna o acesso uma tarefa árdua. Os pacientes muitas vezes enfrentam uma série de burocracias que dificultam a efetivação da compra e do uso desses produtos. Um exemplo disso é o decreto estadual que institui a Política Estadual de Fornecimento de Medicamentos à base de cannabis, o qual, segundo Padre Pedro, deixa os cidadãos à mercê de um processo complicado e repleto de exigências.
Entre essas exigências, mencionadas pelo deputado, estão a apresentação de “documentações científicas robustas” e a necessidade de que os médicos forneçam estudos e dados que comprovem a eficácia dos produtos. Essa abordagem pode desincentivar médicos e pacientes de buscarem tratamento, resultando em pessoas que precisam desses medicamentos, mas não conseguem acessá-los devido à falta de clareza e simplicidade no processo.
O impacto econômico e social da proposta
A proposta de parceria entre o governo do Estado e a Associação Santa Cannabis não diz respeito apenas a facilitar o acesso ao canabidiol, mas também a considerar as implicações econômicas e sociais que essa mudança poderia oferecer. Com a produção nacional tornando-se uma realidade, o Estado poderia economizar significativamente, desviando recursos que antes seriam gastos em medicamentos importados, potencialmente investindo em outras áreas essenciais da saúde pública.
Além disso, essa iniciativa poderia significar um avanço significativo na política de saúde do Brasil, promovendo a inclusão e o acesso equitativo ao tratamento. A prevalência de doenças que poderiam ser tratadas com cannabis é uma realidade que afeta um significativo número de brasileiros, e a falta de acesso pode ser vista como uma violação de direitos básicos.
Com mais de 12 mil pessoas atendidas pela Santa Cannabis em todo o Brasil, sendo mais de 5 mil apenas em Santa Catarina, fica evidente que a dificuldade de acesso ao tratamento está impactando a vida de muitos. O apelo de Padre Pedro por ação governamental se alinha com a necessidade premente de reavaliar as políticas de fornecimento de medicamentos e a burocracia que as rodeia.
Desafios e perspectivas futuras
Embora a proposta de Padre Pedro traga um otimismo em relação ao futuro dos tratamentos à base de canabidiol, não podemos ignorar os desafios que ainda precisam ser enfrentados. O principal deles é a resistência cultural e institucional em relação ao uso da cannabis, que ainda é vista com preconceito por muitos. Isso requer não apenas mudanças nas políticas públicas, mas também uma campanha de conscientização para informar a população sobre os benefícios e a segurança do uso de medicamentos à base de canabidiol.
Outra questão pertinente é a regulamentação. Com o crescimento da demanda e da produção, as regras precisam ser suficientemente flexíveis para permitir uma produção sustentável e em larga escala, enquanto asseguram a segurança e a eficácia dos produtos.
Perguntas frequentes
Como o governo pode facilitar o acesso ao canabidiol?
O governo pode simplificar os processos burocráticos e garantir que os pacientes tenham acesso facilitado a esses medicamentos, promovendo parcerias com associações que já operam de forma legal.
Qual é a diferença entre o canabidiol e a maconha?
O canabidiol é uma substância não psicoativa encontrada na planta de cannabis, enquanto a maconha contém outras substâncias que podem alterar a percepção.
A produção de canabidiol é segura?
Sim, quando realizada dentro das normas estabelecidas pela Anvisa e com práticas de cultivo responsáveis, como as adotadas pela Santa Cannabis.
É possível obter canabidiol pelo SUS?
Ainda há desafios na obtenção pelo SUS, mas a proposta de Padre Pedro é um passo importante para facilitar esse acesso.
Quais doenças podem ser tratadas com canabidiol?
O canabidiol tem mostrado eficácia no tratamento de várias condições, como epilepsia, dor crônica, ansiedade e outras desordens.
Esse tratamento é caro?
Atualmente, o custo ainda pode ser alto, especialmente para produtos importados, mas iniciativas como a proposta de Padre Pedro visam reduzir esses custos.
Conclusão
A proposta de Padre Pedro para uma parceria com a Associação Santa Cannabis representa uma oportunidade significativa de transformar o panorama do acesso a medicamentos à base de cannabis no Brasil. Com o aumento da conscientização sobre os benefícios do canabidiol e a necessidade urgente de tratar doenças que afetam milhões, ações concretas devem ser tomadas para garantir que todos tenham acesso a tratamentos eficazes e acessíveis. A colaboração entre a administração pública e iniciativas locais será fundamental para transformar essa realidade e garantir que o acesso à saúde e ao bem-estar não seja um privilégio, mas um direito de todos os cidadãos brasileiros.
Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%. Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%
