O Hospital de Cirurgia (HC) fez história ao realizar, por meio do seu Serviço de Neurocirurgia, a primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS) relacionada ao tratamento do Parkinson pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Sergipe. Esse procedimento inovador oferece aos pacientes uma nova luz no tratamento de uma das doenças neurológicas mais desafiadoras, trazendo esperança e um caminho para a melhoria da qualidade de vida. A DBS se destaca como uma alternativa viável para quem já não encontra alívio suficiente através de medicamentos convencionais.
HC realiza cirurgia inédita no tratamento do Parkinson pelo SUS
A realização do primeiro procedimento de DBS pelo HC não é apenas um marco significativo na área da saúde em Sergipe, mas também uma conquista relevante para o SUS, que enfrenta diversas barreiras em fornecer tratamentos de alta complexidade à população. A técnica de estimulação cerebral profunda é reconhecida mundialmente por sua eficácia na redução dos sintomas do Parkinson, doença que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
A doença de Parkinson é caracterizada por uma série de sintomas, incluindo tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e dificuldades cognitivas. Com o avanço da doença, muitos pacientes se tornam cada vez mais dependentes de seus familiares para realizar atividades cotidianas. Diante desse contexto, a cirurgia realizada no HC se traduz em uma verdadeira virada na vida de muitos que lidam com esse diagnóstico.
A DBS envolve a inserção de eletrodos em áreas específicas do cérebro, que são conectados a um dispositivo neuroestimulador implantado sob a pele, funcionando de modo similar a um marca-passo. O procedimento, que é realizado em duas etapas, permite que os médicos ajustem a intensidade da estimulação conforme a necessidade individual do paciente. Essa personalização do tratamento é um dos aspectos mais positivos da técnica, permitindo que os pacientes vivenciem uma melhoria significativa em sua qualidade de vida.
Topologia da Cirurgia: Requisitos e Processos
A cirurgia para a estimulação cerebral profunda, apesar de complexa, é uma solução inovadora para uma condição que, comumente, limita a vida dos indivíduos. Aproximadamente 20% dos pacientes com Parkinson podem vir a se beneficiar desse tratamento em algum momento de suas vidas, especialmente aqueles que não obtêm resultados satisfatórios com o uso de medicamentos.
Os critérios para a escolha do paciente ideal para este procedimento envolvem questões como a evolução da doença, o grau de comprometimento funcional e a resposta às medicações. A escolha do paciente correto é crucial, uma vez que a DBS não é uma cura para o Parkinson, mas sim uma forma de controle e de alívio de sintomas, permitindo que o paciente retome ações simples e cotidianas.
Esse aspecto é destacado pelo neurocirurgião funcional Dr. Jorge Dornellys, que liderou o procedimento no HC. Ele explica que, durante a cirurgia, a primeira fase é realizada com o paciente acordado, permitindo que a equipe médica observe e teste os efeitos iniciais da estimulação. Esse controle em tempo real é vital para garantir que os eletrodos estejam posicionados de maneira correta e eficaz. Assim que essa fase é concluída, o paciente é submetido à anestesia para a inserção do dispositivo neuroestimulador.
A Transformação de Vidas
A história de Paulo Sérgio Ribeiro, o primeiro paciente a passar pelo procedimento de DBS no HC, ilustra de maneira palpável a revolução que essa cirurgia pode proporcionar. Aos 49 anos, Paulo apresenta um visível entusiasmo ao compartilhar sua experiência: “Os primeiros sintomas foram no pé, depois passaram para as costas. Antes da cirurgia, eu enfrentava limitações severas, como dificuldades para andar e até mesmo para me vestir”. Com um relato autêntico, ele expressa como a cirurgia tem oferecido uma nova qualidade de vida, um sonho que parecia distante.
O fato de essa cirurgia ter sido realizada pelo SUS destaca a importância do acesso igualitário a tratamentos de alta complexidade. Muitos pacientes, como Paulo, não têm condições financeiras para realizar esse tipo de intervenção em instituições privadas, onde o custo dos materiais e da cirurgia pode ser exorbitante. O HC, por meio de uma parceria com o Governo do Estado e a Secretaria de Saúde, oferece essa chance e abre portas para que outros sejam beneficiados.
A Contribuição da Neurocirurgia Moderna
O procedimento realizado no HC é um exemplo das possibilidades oferecidas pela neurocirurgia moderna. A DBS não é apenas uma técnica, mas uma demonstração do avanço científico na busca pelo combate a doenças neurológicas. Ao inserir eletrodos diretamente no cérebro, os médicos têm a capacidade de ajustar a atividade elétrica e, assim, modificar a forma como os sinais são enviados do cérebro para o resto do corpo.
Além disso, o constante desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, como a realização de procedimentos minimamente invasivos e a utilização de novas tecnologias de imagem, tem contribuído para aumentar a segurança e a eficácia desse tipo de cirurgias.
A equipe de profissionais de saúde por trás desse projeto se destaca em experiência e conhecimento, provendo um nível de atenção e cuidado que potencializa os resultados esperados. Anestesistas, neurocirurgiões e demais membros do hospital trabalham em conjunto para garantir que cada paciente receba monitoramento contínuo e atenção personalizada.
Intervenção e Resultados: O Que Esperar após a Cirurgia?
Os pacientes submetidos à DBS geralmente experimentam uma gama de resultados que variam conforme a gravidade da doença e a resposta individual ao tratamento. Embora não se trate de uma cura, muitos especialistas relatam que, após o procedimento e com a devida adaptação do dispositivo, os pacientes podem observar uma melhora significativa em sua qualidade de vida.
Dr. Jorge Dornellys menciona que, em períodos de três a seis meses, os pacientes têm a oportunidade de observar melhorias que podem chegar a até 70% na severidade dos sintomas. Esse diagnóstico positivo tem proporcionado esperança a muitos, mostrando que a vida pode ser retomada em cada aspecto.
No entanto, é importante ressaltar que o acompanhamento pós-cirúrgico é fundamental. Os médicos devem fazer ajustes regulares na parametrização do dispositivo implantado, garantindo que a estimulação seja otimizada para cada paciente. Além disso, a equipe médica está sempre atenta a possíveis efeitos colaterais e oferece suporte contínuo.
Desafios e Considerações no Tratamento com DBS
Embora a DBS apresente resultados promissores, existem desafios e considerações que devem ser levados em conta. Para que o tratamento seja efetivo, é imprescindível que os pacientes estejam dispostos a seguir um rigoroso acompanhamento e personalização do tratamento. Além disso, o lado emocional e psicológico do paciente também deve ser considerado. A adaptação a um novo estilo de vida e a possibilidade de lidar com transtornos relacionados à doença podem exigir suporte emocional contínuo.
Por fim, o envolvimento da família e das redes de apoio são essenciais para garantir que o paciente tenha o suporte necessário em sua jornada.
Perguntas Frequentes
Essa cirurgia realmente cura o Parkinson?
A DBS não cura a doença de Parkinson, mas sim limita os sintomas, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Quem é candidato a esse procedimento?
Pacientes cujo tratamento medicamentoso não está controlando adequadamente os sintomas ou que apresentam efeitos colaterais significativos são os indicados para a cirurgia.
Quanto tempo a cirurgia leva para ser realizada?
A cirurgia de DBS pode durar de seis a oito horas e é realizada em duas etapas.
Qual é o papel do neurocirurgião na cirurgia?
O neurocirurgião é responsável por inserir os eletrodos no cérebro e garantir que a estimulação elétrica atinja as regiões almejadas.
Quais são os benefícios da DBS?
Os benefícios incluem a redução dos sintomas motores, maior independência nas atividades diárias e melhora na qualidade de vida.
Como é feita a adaptação do dispositivo?
A equipe médica ajusta o funcionamento do aparelho de acordo com a resposta do paciente e suas necessidades individuais ao longo do tempo.
Conclusão
A realização do primeiro procedimento de estimulação cerebral profunda pelo Hospital de Cirurgia (HC) representa um marco não apenas para os pacientes com Parkinson, mas também para a saúde pública em geral. Iniciativas como essa reafirmam a importância do acesso a tratamentos inovadores e de alta complexidade por meio do SUS, destacando o potencial transformador de oportunidades que antes pareciam distantes.
Com profissionais experientes e tecnologia de ponta, o HC se posiciona como um dos líderes no campo da neurocirurgia, oferecendo uma nova esperança para pacientes e suas famílias. Essa cirurgia não apenas representa uma nova abordagem para o tratamento do Parkinson, mas também um avanço no compromisso da saúde pública em promover a dignidade e a qualidade de vida para todos os cidadãos.
Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%. Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%