A recente sanção da Lei 15.126/2025, que estabelece a atenção humanizada como um princípio fundamental no Sistema Único de Saúde (SUS), marca um momento significativo na trajetória da saúde pública brasileira. A implantação dessa norma, promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoiada por outros ministros, tem o potencial de transformar radicalmente a forma como os serviços de saúde são prestados em nosso país. Ao priorizar a empatia e o acolhimento, a nova legislação busca atender de maneira mais adequada e respeitosa as necessidades de cada paciente, reconhecendo sua totalidade como ser humano.
O que significa, de fato, a implementação da atenção humanizada no SUS? Para compreender essa mudança, é necessário analisar sua atuação no contexto da saúde pública e as implicações que ela traz para pacientes e profissionais da saúde. A humanização do atendimento não é um conceito novo; desde 2003, por meio da Política Nacional de Humanização (PNH), o Ministério da Saúde já vinha recomendo que o atendimento humanizado fosse uma prática comum. No entanto, agora, essa abordagem ganha um status formal dentro da Lei Orgânica da Saúde, reforçando seu papel crucial no sistema.
Nova legislação inclui atenção humanizada entre os princípios do SUS — Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
A inclusão da atenção humanizada como o décimo sexto princípio do SUS representa uma significativa ampliação dos valores que regem os serviços de saúde no Brasil. Este novo enfoque busca não apenas melhorar a qualidade do atendimento, mas também fortalecer os laços entre os pacientes e os profissionais de saúde. Essa relação mais próxima e solidária é essencial para garantir um cuidado mais eficaz e, portanto, resultados mais positivos para a saúde da população.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio de seus representantes, enfatiza que a humanização no atendimento médico vai além de uma simples diretriz ética; trata-se de um reconhecimento da dignidade dos pacientes. O secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, por exemplo, destaca que a sanção da lei cria um ambiente de corresponsabilidade no cuidado, onde todos os envolvidos se sentem mais confiantes e valorizados.
A lei reforça a importância de se considerar os aspectos emocionais, psicológicos e sociais de cada paciente. Isso é especialmente relevante em um país grande e diverso como o Brasil, onde as realidades de vida e as expectativas de saúde podem ser profundamente distintas. Cada pessoa, com suas histórias e desafios únicos, merece um atendimento que leve em conta sua individualidade.
Essa abordagem é ainda mais necessária quando se trata de grupos vulneráveis. A secretária nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Anna Paula Feminella, menciona que a nova norma promove a efetivação dos direitos humanos, especialmente para aqueles que enfrentam barreiras adicionais no acesso à saúde. O reconhecimento de diferentes tempos de comunicação, por exemplo, é uma medida relevante que pode transformar a experiência de cuidado de muitas pessoas.
Impactos na Satisfação do Paciente e na Adesão ao Tratamento
Uma das esperanças depositadas na nova legislação é que a humanização do atendimento aumente a satisfação dos pacientes. Estudos têm mostrado que ambientes de cuidados onde prevalecem respeito e empatia podem ter um impacto positivo na adesão aos tratamentos. Quando os pacientes se sentem ouvidos, muitas vezes, estão mais dispostos a seguir recomendações médicas e participar ativamente de suas jornadas de recuperação.
Além disso, a humanização pode contribuir para a formação de uma relação de confiança entre pacientes e profissionais de saúde. Essa confiança é fundamental para um atendimento eficaz, pois permite que os pacientes compartilhem informações vitais sobre sua saúde, facilitando diagnósticos mais precisos e tratamentos mais adequados.
No contexto da legislação, é crucial que essa humanização não seja apenas uma meta a ser alcançada, mas sim uma prática contínua a ser cultivada em todos os níveis do SUS. Para isso, treinamento e capacitação dos profissionais de saúde são essenciais. Iniciativas que promovam a empatia e a escuta ativa, por exemplo, podem fazer toda a diferença na forma como o atendimento é percebido e vivenciado.
O Papel do SUS na Promoção da Saúde e Direitos Humanos
O SUS, desde sua criação, sempre teve como um de seus pilares a universalidade de acesso à saúde. Com a promulgação da Lei 15.126/2025, o sistema dá mais um passo importante para garantir que esse acesso seja, de fato, pleno e de qualidade. A saúde é um direito de todos e, para que essa afirmação se concretize, é necessário que cada indivíduo tenha não apenas acesso aos serviços, mas também um atendimento que respeite e valorize sua dignidade.
Os direitos humanos, conforme enfatiza a secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Pilar Lacerda, devem ser uma constante na prática da saúde. A nova lei alinha-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, reafirmando que todos têm direito a um tratamento digno. Isso implica em cuidar de cada paciente de forma holística, levando em conta suas necessidades e contextos.
A humanização de atendimento, portanto, se revela como uma diretriz que não apenas embeleza simbolicamente a prática da saúde, mas que também exige uma mudança real nas estruturas de atendimento e nas relações entre os profissionais de saúde e a população. Isso exige um olhar atento às particularidades e necessidades de cada um.
Desafios na Implementação da Atenção Humanizada
Apesar das promessas positivas trazidas pela nova legislação, a implementação plena da atenção humanizada enfrenta desafios. Primeiramente, a estrutura do SUS já existe, e a transformação desse sistema para incluir práticas que priorizem a humanização exigirá tempo, recursos e treinamento contínuo dos profissionais de saúde.
Além disso, é fundamental que os gestores e líderes do SUS estejam alinhados com esses novos princípios. A resistência à mudança pode surgir em diferentes níveis do sistema, e é imprescindível que haja um apoio contínuo e um compromisso em adaptar as práticas para garantir que a humanização não se torne apenas uma teoria, mas sim uma prática cotidiana.
A formação de uma rede de apoio e compartilhamento de experiências entre as instituições de saúde pode ser instrumental para superar barreiras e promover a troca de boas práticas. Além disso, é fundamental que a sociedade civil também esteja engajada nesse processo, demandando um atendimento de qualidade e humanizado.
Respostas às Perguntas Frequentes
Quais são os principais objetivos da nova legislação?
A nova legislação visa estabelecer a atenção humanizada como um princípio central do SUS, promovendo um atendimento respeitoso, empático e acolhedor a todos os pacientes.
Como a humanização pode impactar a saúde dos pacientes?
A humanização tende a aumentar a satisfação dos pacientes, melhorando a adesão aos tratamentos e, consequentemente, os resultados de saúde.
O que muda na prática com a nova lei?
A humanização agora é um princípio formal do SUS, exigindo que os atendimentos considerem as necessidades emocionais, psicológicas e sociais dos pacientes.
Há suporte para a capacitação dos profissionais de saúde?
Sim, é essencial que haja programas de treinamento e capacitação contínuos para que os profissionais possam incorporar práticas de humanização em seu dia a dia.
Como a humanização se relaciona aos direitos humanos?
A nova lei reforça a dignidade do paciente como um princípio fundamental e alinha-se aos direitos humanos, assegurando que todos sejam tratados com respeito e dignidade.
Quais desafios a nova legislação pode enfrentar?
Os principais desafios incluem a resistência à mudança, a necessidade de formação adequada dos profissionais e a adaptação das estruturas existentes dentro do SUS.
Conclusão
A sanção da Lei 15.126/2025 é um desdobramento significativo na busca por um SUS mais humano, acessível e eficiente. Com a introdução da atenção humanizada como um princípio fundamental, há a esperança de que os serviços de saúde se tornem mais acolhedores e eficazes, refletindo as necessidades e a diversidade da população brasileira.
Essa nova abordagem não deve ser vista apenas como uma diretriz, mas como uma transformação necessária que visa garantir o atendimento respeitoso e integral a cada indivíduo. O caminho terá desafios, mas a construção de um sistema de saúde que prioriza a dignidade e o acolhimento é um passo importante em direção a um Brasil mais justo e saudável para todos.

Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%. Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%