Alagoas Alerta – Sociedade de Reumatologia defende mais centros de infusão no SUS

A saúde é um dos pilares mais importantes para o bem-estar de qualquer sociedade. Por isso, é fundamental que os serviços de saúde pública sejam amplamente acessíveis e eficazes, especialmente para aqueles que sofrem de doenças crônicas. Nesse contexto, a Alagoas Alerta – Sociedade de Reumatologia defende mais centros de infusão no SUS; saiba detalhes sobre essa problemática que afeta muitos brasileiros. A dificuldade de acesso a medicamentos e tratamentos adequados, por conta da escassez de centros de infusão no Sistema Único de Saúde (SUS), tem gerado uma onda de preocupação entre pacientes e profissionais de saúde.

Por que os centros de infusão são importantes?

Os centros de infusão são espaços destinados à aplicação de medicamentos que requerem monitoramento médico constante e condições específicas durante a administração. Isso é particularmente relevante para pacientes com doenças autoimunes, como artrite reumatoide e espondilite anquilosante, que necessitam de tratamentos com medicamentos de alto custo e que precisam ser administrados por profissionais especializados.

Um cenário alarmante foi trazido à luz com o caso de Fernando Henrique dos Santos, cuja trajetória ilustra a luta diária dos pacientes que dependem desses serviços para ter uma qualidade de vida minimamente aceitável. Santos, que foi diagnosticado com espondilite anquilosante, teve que se deslocar entre cidades para obter o tratamento que sua condição exige. O desgaste físico e emocional gerado por essa realidade é inegável e afeta diretamente o tratamento da doença.

A realidade dos pacientes no SUS

A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) destacou, em recente congresso, a ausência de centros de infusão adequados e os riscos que isso traz para os tratamentos de doenças crônicas autoimunes. De acordo com o reumatologista Vander Fernandes, a falta de estrutura nos serviços públicos compromete a eficácia do tratamento e, consequentemente, a saúde do paciente. Ele mencionou que, embora os medicamentos sejam oferecidos gratuitamente, não há a devida infraestrutura que garanta a administração segura e eficaz desses produtos.

É preocupante que, em um país como o Brasil, exista apenas uma fração de centros de terapia assistida, a maioria concentrada nas regiões mais desenvolvidas. Isso significa que muitos pacientes enfrentam dificuldades para acessar tratamentos essenciais. Um estudo realizado pela Biored Brasil, por exemplo, revelou que 10% dos pacientes não tinham acesso à aplicação de medicamentos, e 46% afirmavam que não havia centros próximos a suas localidades.

Desafios enfrentados pelos pacientes

Para quem vive longe dos grandes centros urbanos, como Guarulhos ou Mogi das Cruzes, por exemplo, a realidade é ainda mais desafiadora. A necessidade de se deslocar para cidades vizinhas pode não ser potencialmente apenas inconvenientemente; ela também implica em custos adicionais e tempo que poderia ser dedicado ao descanso e à recuperação. Além disso, as longas distâncias frequentemente resultam em uma dependência maior de familiares e amigos, o que pode ser mais um estressor.

Os pacientes que se encontram nessa situação frequentemente relatam o impacto financeiro que o tratamento provoca em suas famílias. O levantamento da Biored Brasil aponta que 55% dos pacientes pagam entre R$ 150 e R$ 200 por aplicação, o que representa uma parte significativa da renda familiar. Isso enfatiza não apenas a necessidade de mais centros de infusão, mas também de políticas públicas que possam aliviar o fardo financeiro sobre os pacientes que dependem do SUS para esse tipo de tratamento.

O que está sendo feito?

Diante das dificuldades enfrentadas, os médicos e especialistas têm feito um apelo ao Ministério da Saúde para que tome medidas concretas. Uma das propostas inclui a criação de centros de terapia assistida em todo o país, para que os pacientes possam ter acesso adequado aos medicamentos que necessitam. Fernandes ressaltou a importância de um regramento claro e um financiamento adequado, que permita que estados e municípios adiram a essa política.

Embora o Ministério da Saúde esteja analisando a criação desses centros, ainda é um processo que exige tempo e que pode não ser suficiente para atender a demanda de imediato. Porém, é preciso manter a esperança e lutar por melhorias nas políticas de saúde pública, pois a qualidade de vida de muitos cidadãos depende disso.

O papel da sociedade e da assistência médica

É essencial que a sociedade civil e as entidades de saúde se unam para cobrar do governo a implementação de soluções eficazes. A pressão pode resultar em campanhas de conscientização, eventos e mobilizações que visem melhorar a saúde pública, especialmente em áreas tão críticas quanto o tratamento de doenças autoimunes. Aproximar os pacientes das políticas de saúde é vital para garantir que suas vozes sejam ouvidas e que as necessidades deles sejam atendidas.

Estudos e pesquisas têm mostrado que o compartilhamento de experiências entre pacientes pode ser uma ferramenta valiosa. Ao contar suas histórias e apresentar suas dificuldades, eles não apenas ajudam a humanizar a questão, mas também incentivam outros a se manifestarem. Isso cria uma rede de apoio e informação que pode ser extremamente benéfica para todos os envolvidos.

Alagoas Alerta – Sociedade de Reumatologia defende mais centros de infusão no SUS; saiba detalhes sobre a criação de políticas públicas

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Um dos maiores desafios na criação de centros de infusão é a necessidade de políticas públicas eficazes que não apenas estabeleçam a infraestrutura, mas também garantam recursos, treinamento e suporte contínuo. Esses centros devem ser bem equipados, com profissionais qualificados que possam monitorar a aplicação dos medicamentos e oferecer o suporte necessário aos pacientes. A criação de um protocolo nacional para a administração de medicamentos biológicos poderia também simplificar o acesso dos pacientes a cuidados especializados.

A luta pela inclusão de mais centros no SUS é, portanto, uma questão que exige diálogo e comprometimento. A esperança é que, por meio de advocacy e conscientização, mudanças significativas sejam realizadas. Melhorias no acesso ao tratamento não apenas impactarão a vida de milhares de pacientes, mas também poderão reduzir custos a longo prazo para o sistema de saúde como um todo.

Perguntas frequentes

Por que os centros de infusão são importantes?

Os centros de infusão são cruciais para garantir que medicamentos de alto custo que necessitam de supervisão médica sejam administrados com segurança. Eles oferecem condições controladas para a administração dos tratamentos.

O que é espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante é uma forma de artrite inflamatória que afeta principalmente a coluna vertebral, causando dor e rigidez. É uma condição crônica que requer tratamento continuado.

Quantos centros de terapia assistida existem no Brasil?

Atualmente, existem apenas 61 centros de terapia assistida no Brasil, a maioria localizada na Região Sudeste. A maior parte desses centros é privada, e apenas 11 mantém contratos com o SUS.

Por que o SUS não oferece mais centros de infusão?

A falta de centros de infusão está relacionada a questões de financiamento, infraestrutura e falta de protocolos claros para a administração de medicamentos biológicos.

Qual o impacto financeiro dos tratamentos com medicamentos imunobiológicos?

Os custos com a aplicação de medicamentos podem representar uma parte significativa da renda familiar, gerando um impacto financeiro direto sobre os pacientes e suas famílias.

O que está sendo feito para melhorar o acesso aos tratamentos?

O Ministério da Saúde está analisando a criação de novos centros de terapia assistida. Além disso, há pressão de associações e profissionais de saúde para que políticas públicas eficazes sejam implementadas.

Conclusão

A luta por mais centros de infusão no SUS é uma questão urgente que afeta a vida de muitos brasileiros que dependem de tratamentos para doenças autoimunes e crônicas. Com a união de médicos, pacientes e a sociedade civil, é possível pressionar por melhorias efetivas na saúde pública. Olhando para o futuro, espera-se que ministérios e órgãos governamentais tomem as ações necessárias para garantir que todos os pacientes tenham acesso ao tratamento adequado, sem necessidade de longos deslocamentos ou altos custos. A solidariedade e a luta coletiva podem abrir caminhos para um sistema de saúde mais justo e eficaz, que garanta uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.