Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa, o deputado Dr. Bernardo (PSDB) destacou um problema que transcede as fronteiras do Rio Grande do Norte e se espalha por todo o Brasil: o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa questão não é apenas uma preocupação local, mas sim um reflexo de um desafio nacional que afeta diretamente a qualidade do atendimento e a vida de milhões de brasileiros.
Dr. Bernardo aponta subfinanciamento do SUS como causa central da crise na saúde
O SUS, sistema criado com o intuito de garantir acesso universal e gratuito à saúde, enfrenta sérios desafios financeiros que comprometem sua eficácia. O deputado afirmou categoricamente que a tabela de procedimentos do SUS, cujos valores não são ajustados de maneira adequada, resulta em uma sobrecarga não apenas para estados e municípios, mas também implica na diminuição da qualidade dos serviços prestados.
Por exemplo, valores irrisórios como R$ 2,75 por uma colposcopia ou R$ 10 por uma consulta médica são claros indicativos de que algo está errado. Dr. Bernardo exemplificou que um procedimento complexo como a cesariana, que requer a participação de quatro profissionais, recebe apenas R$ 155,05, uma quantia que não condiz com os custos reais envolvidos. Essas inadequações geram um efeito dominó que impacta toda a estrutura da saúde no país.
Não se trata apenas de números. Por trás de cada valor está uma vida, uma história e um sonho. Pacientes veem seus direitos fundamentais sendo reduzidos a cifras que não cobrem nem mesmo o básico. Essa situação leva a uma constante luta por recursos, onde a saúde pública se vê engessada e estrangulada, fazendo com que palavras como “acesso” e “qualidade” se tornem apenas promessas vazias.
Desdobramentos do subfinanciamento no SUS
O subfinanciamento do SUS se reflete em diversas áreas, desde a falta de insumos, passando pela escassez de profissionais qualificados, até a insuficiência de equipamentos adequados. O cenário atual exige uma análise profunda das implicações dessa crise. Não podemos ignorar que, além do sofrimento da população, há também um desgaste nas instituições de saúde que, em virtude da falta de recursos, acabam por comprometer seus atendimentos.
A defasagem na tabela de procedimentos, defendida por Dr. Bernardo, levanta questionamentos sérios sobre a sustentabilidade do sistema. Para que o SUS funcione efetivamente, é preciso um financiamento que esteja à altura das demandas populacionais e da complexidade dos serviços oferecidos. Isso implica, necessariamente, uma revisão dos parâmetros financeiros para que Estados e Municípios não sejam penalizados por um déficit que não foi gerado por eles.
Propostas para enfrentar a crise na saúde pública
O deputado falou sobre a necessidade urgente de uma atuação mais efetiva da bancada federal para corrigir essa tabela e, consequentemente, reduzir os efeitos devastadores da crise no sistema de saúde. Ele trouxe à tona o fato de que o governo do Rio Grande do Norte gastou cerca de R$ 240 milhões acima do teto MAC (Média e Alta Complexidade) apenas em 2024.
O governo federal reconheceu esse débito e iniciou o pagamento parcelado, além de aumentar o teto mensal de R$ 35 milhões para R$ 55 milhões. Essa medida representa um avanço, mas, como Dr. Bernardo bem destacou, não resolve o problema estrutural acumulado ao longo dos anos. A saúde é um tema complexo e caro. É preciso que a população compreenda que o investimento na saúde pública não é um gasto, mas sim um investimento no bem-estar da sociedade.
A importância de um financiamento robusto e justo para o SUS deve ser uma prioridade não apenas para as esferas estaduais e municipais, mas também para as discussões no Congresso Nacional. Iniciativas que visem a melhoria da qualidade do atendimento, a valorização dos profissionais da saúde e a garantia de insumos são necessárias e urgentes.
O papel da sociedade na discussão sobre saúde pública
A sociedade precisa se engajar ativamente na discussão sobre a saúde pública e o financiamento do SUS. A participação cidadã em fóruns, palestras e debates é fundamental para a construção de um modelo de saúde que seja verdadeiramente inclusivo e eficiente. Cada cidadão tem um papel a desempenhar na exigência por um sistema de saúde que funcione, e isso inclui a pressionar para que políticas públicas efetivas sejam implementadas.
Além disso, é crucial que os cidadãos entendam que a saúde não deve ser vista apenas como um direito individual, mas como um patrimônio coletivo. Quando um membro da sociedade não tem acesso adequado aos serviços de saúde, todos nós perdemos. Portanto, a luta por um SUS bem financiado vai além de uma questão política; é uma questão de justiça social e dignidade humana.
Desafios enfrentados pelos profissionais da saúde
Os profissionais da saúde também são vítimas desse subfinanciamento. Além de enfrentarem a sobrecarga de trabalho, muitos deles recebem salários que estão muito aquém do que deveriam, o que desestimula a permanência e a dedicação dos mesmos ao sistema. A defasagem na tabela prejudica não só o atendimento dos pacientes, mas também a motivação e o psicológico dos trabalhadores da saúde, que, por sua vez, com frequência lidam com condições de trabalho precárias.
A falta de insumos e a carência de recursos afetam diretamente a capacidade dos profissionais de saúde de realizarem suas atividades com qualidade. Não é apenas uma questão de dinheiro; é uma questão de respeito à carreira escolhida e, mais importante, à vida e à saúde de centenas de pessoas que dependem do sistema.
O futuro do SUS e a esperança de um financiamento adequado
É possível vislumbrar um futuro melhor para o SUS. O reconhecimento dos problemas enfrentados atualmente e a vontade política para solucioná-los são fundamentais para que o sistema de saúde possa voltar a ser um orgulho para todos os brasileiros. A aposta em um financiamento adequado trará benefícios que se refletirão em melhorias na qualidade do atendimento no curto e longo prazo.
No entanto, a luta deve ser coletiva. Todos têm um papel na construção desse futuro. Movimentos sociais, acadêmicos, profissionais da saúde, e a sociedade civil devem se unir em prol de um SUS mais forte, bem financeiramente e capaz de atender a população com dignidade.
Perguntas frequentes
O que é o SUS?
O SUS (Sistema Único de Saúde) é um sistema público de saúde brasileiro que tem como objetivo garantir que todos os cidadãos tenham acesso a serviços de saúde, de forma universal e gratuita.
Por que o financiamento do SUS é tão importante?
O financiamento adequado é essencial para garantir que o SUS possa oferecer serviços de qualidade, com insumos, equipamentos e profissionais capacitados.
Quais são os principais problemas enfrentados pelo SUS atualmente?
Os principais problemas incluem subfinanciamento, precarização do trabalho, falta de insumos e disparidade na tabela de procedimentos.
Como a sociedade pode ajudar a melhorar a saúde pública?
A sociedade pode se envolver em debates, exigir políticas públicas e participar de movimentos sociais que visem melhorar o financiamento e a qualidade do SUS.
O que o governo está fazendo para melhorar o SUS?
O governo reconheceu débitos e começou a liberar recursos, mas é necessária uma revisão mais abrangente na tabela de procedimentos.
O que os profissionais de saúde estão enfrentando com o subfinanciamento?
Os profissionais enfrentam baixos salários, condições de trabalho precárias e sobrecarga devido à falta de recursos e insumos.
Conclusão
Em última análise, a crise na saúde pública, evidenciada pelo subfinanciamento do SUS, é uma questão complexa que exige a atenção de todos os segmentos da sociedade. O trabalho do deputado Dr. Bernardo é fundamental para iluminar esse problema, mas a solução dependerá de um esforço conjunto para redimensionar as prioridades do país. O que está em jogo não é apenas a melhoria de um sistema de saúde, mas a preservação da dignidade humana e a promoção de um bem-estar que, em última análise, beneficia a todos. A saúde é um direito fundamental, e a luta pela sua efetivação é um imperativo que se estende a todas as esferas da sociedade.

Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%. Olá, meu nome é Gabriel, editor do site ConecteSUS.org, focado 100%