Projeto de lei cria política nacional de saúde preventiva no SUS

A proposta de criar uma Política Nacional de Saúde Preventiva no Sistema Único de Saúde (SUS) representa um marco significativo na abordagem de saúde pública no Brasil. Com a aprovação do projeto de lei pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, há uma visão otimista de um futuro onde a saúde preventiva se torna uma prioridade central. Essa mudança é crucial para aliviar a carga sobre os serviços públicos de saúde e promover o bem-estar da população em todas as suas fases de vida.

Ao longo deste artigo, exploraremos os diversos aspectos dessa nova política, suas diretrizes, objetivos e o impacto potencial que pode ter sobre a sociedade. Teremos também uma análise das responsabilidades das esferas de gestão do SUS e os próximos passos desse projeto até sua possível promulgação como lei.

Projeto de lei cria política nacional de saúde preventiva no SUS

O Projeto de Lei 4278/24, apresentado pelo deputado Alex Manente e redigido pela relatora Ana Pimentel, foi desenvolvido com o intuito de consolidar uma Política Nacional de Saúde Preventiva. Essa iniciativa surge em resposta à necessidade urgente de adotar medidas que possam prevenir doenças e agravos ao longo de todas as fases da vida. Inicialmente, a proposta recebeu algumas modificações, mas a essência do projeto, que é garantir cuidados contínuos e integrados, foi preservada.

O papel da Atenção Primária à Saúde (APS) é central nessa nova configuração. Sendo o principal elo de ligação entre os cidadãos e o sistema de saúde, a APS deve assumir uma posição de destaque na coordenação do cuidado, além de ser responsável por integrar as diferentes ações de promoção à saúde. Essa abordagem pretende não apenas tratar doenças, mas também garantir que haja um planejamento adequado para prevenir que essas ocorram.

Diretrizes da nova política

As diretrizes apresentadas pela nova política são abrangentes e visam garantir que os princípios da integralidade, equidade e participação social estejam sempre presentes. Vamos analisar cada uma delas com mais detalhes:

  • Protagonismo da Atenção Primária à Saúde: O fortalecimento da APS é essencial para coordenar os cuidados e organizar a Rede de Atenção à Saúde. A ideia é que a APS funcione como um facilitador, proporcionando um atendimento mais próximo à população e, consequentemente, prevenindo doenças por meio de ações de informação e conscientização.

  • Integralidade do cuidado: Esta diretriz busca garantir que as ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação estejam interligadas. O cidadão não deve passar por um atendimento fragmentado, mas sim ter acesso a um fluxo contínuo de cuidados.

  • Equidade: A proposta tem um foco claro na redução das desigualdades em saúde. Isso significa que populações em situação de vulnerabilidade terão atenção especial, buscando garantir que todos tenham acesso a um tratamento de qualidade.

  • Planejamento ascendente: Partindo das realidades epidemiológicas e sociais de cada região, a proposta sugere um planejamento que considere as necessidades locais. Isso permitirá que as políticas sejam adaptadas a contextos regionais específicos, aumentando a eficácia das ações.

  • Participação da comunidade e controle social: A inclusão da comunidade no processo de implementação e fiscalização das políticas de saúde merece destaque. Isso garante que as vozes dos cidadãos sejam ouvidas e que as políticas se adequem às reais necessidades das populações.

Objetivos da nova política

Os objetivos da Política Nacional de Saúde Preventiva são ambiciosos e visam transformar a realidade da saúde no Brasil. Vejamos alguns dos principais objetivos:

  • Fortalecer a integração da Rede de Atenção à Saúde: O projeto propõe estruturações de linhas de cuidado e organização de fluxos de referência e contrarreferência, que são fundamentais para melhorar a eficácia do atendimento e garantir que os pacientes recebam o cuidado necessário em tempo hábil.

  • Reduzir a incidência e morbimortalidade: Um dos alvos centrais da política é a redução de doenças crônicas não transmissíveis, que representam uma grande carga sobre o sistema de saúde brasileiro. A promoção de hábitos saudáveis e a prevenção serão peças-chave nessa estratégia.

  • Ampliar o rastreamento e a detecção precoce: A detecção precoce de doenças pode fazer toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes. A proposta sugere que os protocolos sejam seguidos rigorosamente para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a esse serviço.

  • Fomentar ações de promoção da saúde: Além de tratar doenças, é fundamental promover a saúde em diferentes níveis. Isso inclui educação em saúde e ações que incentivem estilos de vida saudáveis.

  • Apoiar a imunização: A vacinação é um dos pilares da saúde pública e deve ser reforçada em todas as etapas da vida.

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  • Educação permanente dos profissionais de saúde: O investimento na formação continuada dos profissionais é crucial para garantir práticas de cuidado que sejam efetivas e atualizadas.

Divisão de tarefas

Para que a Política Nacional de Saúde Preventiva funcione de maneira eficaz, a divisão de tarefas entre as esferas do SUS é uma questão vital. O projeto destaca que a coordenação e execução da política observam as competências de cada esfera de gestão do SUS:

  • O Ministério da Saúde será responsável por coordenar a política a nível nacional, formulando diretrizes e oferecendo suporte técnico e financeiro a estados e municípios.

  • As secretarias de Saúde em níveis estaduais, do Distrito Federal e municipais terão a tarefa de executar as diretrizes, adaptando ações às realidades locais. Isso requer comunicação e cooperação entre diferentes esferas para que as políticas sejam realmente eficazes na prevenção de doenças.

O acompanhamento das metas e indicadores estabelecidos na política também será fundamental. Esses deverão ser incluídos nos planos de saúde e relatórios de gestão de cada ente federado, garantindo transparência e responsabilidade na implementação das ações.

Próximos passos

O projeto tramita em caráter conclusivo nas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso não haja alterações significativas em sua redação, o texto poderá ser aprovado pela Câmara e, em seguida, pelo Senado.

É essencial que a sociedade civil se mantenha informada e atenta ao desenvolvimento desse projeto. A mobilização e a participação social são fundamentais para garantir que a Política Nacional de Saúde Preventiva atenda às reais necessidades da população.

Perguntas frequentes

Qual é o principal objetivo do projeto de lei que cria a Política Nacional de Saúde Preventiva no SUS?
O principal objetivo é prevenir doenças e agravos em todas as fases da vida por meio de medidas de promoção da saúde.

Como a Atenção Primária à Saúde será afetada pela nova política?
A APS terá um papel de destaque na coordenação do cuidado e na articulação das ações de saúde, visando um atendimento mais integrado e eficaz.

Quais são as diretrizes fundamentais da Política Nacional de Saúde Preventiva?
As diretrizes incluem o protagonismo da APS, a integralidade do cuidado, a equidade, o planejamento ascendente e a participação da comunidade.

Como será feita a divisão de responsabilidades na implementação da política?
O Ministério da Saúde coordenará a política em nível nacional, enquanto as secretarias de saúde nos estados e municípios executarão as diretrizes adaptadas às necessidades locais.

O que acontece após a aprovação do projeto nas comissões da Câmara?
Após ser aprovado, o projeto seguirá para votação no Senado. Se aprovado, será promulgado como lei.

Quais serão os benefícios esperados da nova política de saúde?
A expectativa é que haja uma redução na incidência de doenças, melhor integração nos serviços de saúde e promoção da saúde em diversas fases da vida.

Conclusão

A criação da Política Nacional de Saúde Preventiva no SUS é um passo importante na busca por um sistema de saúde mais eficiente, equitativo e integrado. Com as diretrizes e objetivos claramente definidos, espera-se que essa nova abordagem transforme a saúde pública no Brasil em um modelo de prevenção e bem-estar. Com a participação ativa da sociedade e o comprometimento das esferas de gestão do SUS, é possível vislumbrar um futuro onde a saúde preventiva seja não apenas uma prioridade, mas uma realidade acessível a todos os cidadãos.